Sonho tem tamanho?

Há pessoas que têm o hábito de sonhar, como há aquelas que nunca sonham porque não conseguem se desligar de seus hábitos...

Os que sonham por hábito correm o sério risco de nada realizar. Sonham tanto que chegam a pensar que é real aquilo que só se passa em seus devaneios. Criam um mundo imaginário, bem distante da dura realidade que todos temos de encarar desde a hora que levantamos. Quando a única alternativa possível para evoluir está em encarar a dureza dos obstáculos, fogem de mansinho para este mundo lúdico.

Os que deixam de sonhar por apegos a hábitos formam o lado oposto. Gostam de ser vistos como realistas, gente pé-no-chão. Partem do princípio de que as coisas não são modificáveis, existem para que nos adaptemos a elas, e quaisquer tentativas de subverter tal axioma quase divino são encaradas como insanas e perigosas. Apesar de se sentirem seguidores da objetividade, tornam-se o que há de pior num ambiente social – são os conformistas, avessos às mudanças, guardiões do status quo.

Descobrir a linha que separa o sonhar do fazer é parte da busca pela felicidade. Define com crueza até que ponto somos lunáticos, até que instante nos tornamos obstáculos. Se somos peso morto nas mudanças, ou se nos tornamos defensores da constância.

O sonho se alimenta da vida, e a vida só tem graça se é movida a sonho. Logo, sonhar é condição para ser feliz. Felicidade, no entanto, não é sonho, mas um estado de espírito que só atingimos quando nos permitimos ser aquilo que ainda não somos; quando acreditamos que podemos; e quando realizamos, entre o sonhar e o fazer, o verdadeiro tamanho do que somos.

Sonhar é portanto a única maneira de se autoconhecer. De sentir nossos limites e deficiências. De descobrir nossas virtudes e vocações, talentos e habilidades.

Sonhando nós tornamos possível o que queremos, ao mesmo tempo que aprendemos a querer somente aquilo que sentimos possível. Essa mágica acontece porque neste exercício de vida vamos calibrando a distância dos caminhos ao tamanho de nossas pernas; a extensão dos horizontes ao alcance de nossa vista; a fruta dos desejos ao comprimento de nossos braços.
Nem sonhadores, nem conformistas. Nosso propósito de vida é aprender a sonhar enquanto se vive, e a viver com prazer graças aos sonhos que nos permitimos.

FELIZ 2010 COM DEUS.

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