Presidente do Sport chama Nelsinho de mentiroso e injusto


Silvio Guimarães rebate acusação de 'assédio e danos morais', uma vez que a decisão de deixar o clube partiu do próprio treinador, atualmente no Japão
Como todo casamento desgastado, a relação entre Nelsinho Batista e Sport chegou ao fim com uma separação nada amigável. Após viverem a lua de mel com a conquista da Copa do Brasil e o bom desempenho na Taça Libertadores, a queda de produção no início do Campeonato Brasileiro fez a parceria se desmanchar, e a briga foi parar no tribunal com um ingrediente inusitado. Afinal, segundo as partes, nenhuma delas queria acabar o relacionamento.

"Nelsinho entrou com um processo onde pede, entre outras coisas, danos morais por ter sido coagido a se demitir. Isso é um absurdo. Todo mundo sabe que ele saiu porque quis. Inclusive, nós pedimos que comandasse o time pelo menos contra o Botafogo, e ele se negou. Também não autorizou que a comissão técnica ficasse. Nelsinho é mentiroso e injusto. O Sport o levantou depois que ele saiu do Corinthians rebaixado", disse o presidente do Sport, Silvio Guimarães, por telefone, ao GloboEsporte.com.

Uma das alegações de Nelsinho para a sua saída foi a não contratação de reforços por parte da diretoria rubro-negra. O treinador queria ter mais peças no grupo, e Silvio Guimarães não nega a informação, mas diz que o treinador fazia pedidos impossíveis de serem atendidos.

"Sabe que jogadores ele pediu? Jonathan (Cruzeiro), Gilmar (Náutico), Danny Morais (Internacional), Dodô (sem clube) e Leandro Amaral (Fluminense). Os três primeiros eram titulares ou peças importantes de seus times e tinham multa rescisória muito alta. O Dodô ainda estava suspenso por doping e só poderia jogar agora no fim do ano, e o Leandro está parado há muito tempo nas Laranjeiras. No meio da lista ele colocou um jogador chamado Élson, do Marítimo (de Portugal), que até hoje não jogou por seu clube. Isso foi uma desculpa dele. Viu que os resultados não estavam sendo bons e preferiu sair antes de se desgastar."

A briga ainda terá pelo menos mais um capítulo. Nelsinho não pôde comparecer à primeira audiência, marcada para setembro deste ano, porque se encontra no Japão, onde treina o Kashiwa Reysol. Com isso, o treinador tem até março de 2010 para ratificar o interesse em processar o clube. Mas a ação ainda pode sofrer algumas reviravoltas.

"Ele pretende uma indenização com a alegação de ter sido demitido. O contrato foi feito com a firma dele (pessoa jurídica), mas agora quer desvincular isso e ficar como pessoa física para poder caracterizar um vínculo empregatício. Também reclama prêmios pela Copa do Brasil e pelo Estadual. Na época em que abriu o processo, pedia R$ 760 mil. O clube não deve nada a ele", garante o diretor jurídico do Leão, Eduardo Carvalho.

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